Mulheres que Restauram, série da Apremavi com apoio do GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima, lança quinto episódio que conta a Olinda Yawar, indígena que acredita que trabalhar com restauração é pensar no futuro.
GT de Gênero e Clima lança infográfico com a pergunta “Por que gênero e clima?”
#ProduçãoTextual
GT de Gênero e Clima lança infográfico com a pergunta “Por que gênero e clima?”
ELABORAÇÃO: Jamille Nunes
PUBLICADO EM: 03 de agosto de 2021
Selma Dealdina (CONAQ) e Sineia Wapichana (CIR), além de mulheres envolvidas na produção do infográfico, participaram do lançamento e resgataram a importância do material
Na sexta-feira, 30/07, o Grupo de Trabalho em Gênero do Observatório do Clima lançou o infográfico que explica visualmente a importância de entrelaçar gênero e clima.
A proposta foi refletir em torno da pergunta “por que gênero e clima?” e organizar esses temas de forma simples e objetiva. O GT ressalta que não se trata de um trabalho acabado, e sim, um ponto de partida.
O lançamento aconteceu em transmissão ao vivo pelo Youtube do Observatório do Clima, com apresentação da consultora Ana Cristina Nobre, que liderou a produção do infográfico, e a participação da artista Valentina Fraiz e da designer Julia Lima. As convidadas Selma Dealdina (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) e Sineia Wapichana (Conselho Indígena de Roraima) teceram comentários sobre o material, e a condução foi feita por Nara Perobelli.
Produção do infográfico “Por que gênero e clima?”
O material é resultado da construção coletiva do GT, feito a partir de discussões em círculos desde 2020, como apontou Ana Cristina. O objetivo dele é tornar didática a tarefa complexa de debater a crise climática a partir das lentes de gênero. Nesse sentido, “gênero” é o chamariz para um olhar interseccional, que inclui discussões de raça, classe e demais pautas necessárias para diagnosticar problemas e fomentar soluções inovadoras. Dessa forma, também se evitam as narrativas universais, que invisibilizam outras mulheres.
Envolvida no processo criativo, a artista venezuelana Valentina explica de onde partiu a ideia visual do infográfico, uma vez que existem poucas referências em imagem que reúnam os conceitos de gênero e clima. “Ano passado, enquanto eu ouvia as defensoras ambientais Sarah (Marques) e Veridiana (Vieira), elas deixaram nítido que defender o território passa pelo corpo. O corpo é território de luta, e essa questão ficou muito marcada para mim.”
A importância de articular gênero e clima em um infográfico
Selma Dealdina destacou: “Sem discutir gênero, raça, classe e clima, a nossa discussão é pela metade.” Ela ressaltou como as organizações precisam racializar as suas discussões e de falarmos das diferentes mulheres que precisam ser levadas em consideração quando falamos de clima. “Somos todas mulheres, mas temos as mulheres pescadoras, quilombolas, marisqueiras, indígenas, negras.“
Selma também chamou a atenção em como são as mulheres, em povos tradicionais, as guardiãs de conhecimentos ancestrais, guardando sementes e cuidando dos territórios.
Já Sineia Wapichana apontou a importância do material em desenho. “Aqui em Roraima, trabalhamos muito com o desenho, não só para que as pessoas possam ter melhor entendimento, mas a gente tem uma questão entre os povos indígenas, que às vezes não sabem ler e escrever (em português), mas contam como está sendo o enfrentamento às mudanças climáticas,” declarou.
Sineia também lembrou que existem pessoas que não sabem o que significa mudança climática, mas que já vivenciam essas ações, seja na cidade ou na floresta. O material pode auxiliar, portanto, nesse momento de nomear e identificar realidades existentes.
Navegue pelo infográfico
No hotsite do GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima é possível ver o infográfico na íntegra e também baixá-lo em PDF para impressão. Assim, o material pode ser também uma ferramenta de educação e multiplicação do tema.
Tanto no hotsite, quanto em sua versão em PDF, é possível encontrar as referências utilizadas. O GT reforça que contribuições são bem-vindas e podem ser enviadas ao email generoeclima@oc.eco.br
“Este conteúdo não representa, necessariamente, a opinião do Observatório do Clima ou de qualquer um de seus membros.”
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